quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Não precisa me entender...

E eu sempre tive uma ideia muito forte do que era o amor na minha cabeça, e no meu coração.

Amor, pra mim, era uma decisão. A decisão de permanecer naquela decisão, custando o que custasse. Na decisão de ser junto, de ser uno, de ser feliz, através dos revezes e apesar dos pesares. Na saúde, na doença, na alegria e na tristeza. E olha que ninguém nunca me prometeu isso em voz alta. Mas nunca achei de verdade que precisasse.

Já vi o amor de perto. De dentro, na verdade. E ele era aconchegante, cuidadoso, protetor, compreensivo.
E o vi se embranquecer e empalidecer na minha frente, a cada ocasião em que o medo e a imaturidade apareciam dos dois lados e acabava imperando a arte de ser inconsequente. Dos dois lados.

Uma coisa que não muda, por mais que eu repense o que 'é o amor', é o fato de que ele acaba (ou muda irremediavelmente) com consentimento e atitudes das duas partes envolvidas. Não existe traidor se não existir do outro lado um fraco em postura, um fraco em auto-estima ou um covarde que não (se) muda ou muda o mundo à sua volta. Não existe conflito insuperável se as duas partes se movem pra dentro de si, e relembram o porquê de ser junto, os motivos de aquela pessoa do outro lado ser única no mundo, ou mesmo dos motivos de o sorriso e a paz de um depender de que o outro esteja assim também.

O que pude ver é que o amor não é cego; ele na verdade enxerga além das falhas, da beleza, do que pode ser visto... E muito menos é surdo; ele escuta os sons inaudíveis do suspiro quando abraça com saudade, da respirada cansada numa noite de febre lado a lado, do choro calado quando a frustração da vida lá fora é forte... O amor tem super-sentidos, e quem ama passa a ser 'Super'. Pelo menos praquele ser amado / que ama.

Eu já vi o amor chegar em mais de uma ocasião, e infelizmente pude vê-lo mudar. E a luta interna constante pra que eu me aceite, sabendo que isso não é o fim do 'mundo' (que você conhece, porque já foi o fm do meu) é grande. Incessante. Cansativa.

Frágil, conflitante, um jogo estranho e tão bom quando se sabe jogar bem... Ou quando seu parceiro de jogo é daqueles legais que te dá uma 'colher-de-chá' quando você erra o movimento da peça... Amar é importante. Importante demais.

Não precisa me entender, apenas deixar acontecer...


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Post-it

Anotações que fiz durante a manhã; pequenas observações que pessoas aleatórias fizeram:

''Deus nos constrange quando não praticamos o que falamos.''

'' Se você ama o seu corpo, então tente amar ao seu próximo como ama a sua própria carne. Se você gosta de escutar coisas boas, cuida pra que a sua boca não fale destruição.''

''Controlar-se... Pedir sabedoria constantemente pra que sua mente seja guiada por princípios, não por egoísmo.''

Sinais.

Sinais e mais sinais. E eu me sinto a pessoa mais cuidada do mundo, e ao mesmo tempo, a mais ingrata, mimada e babaca.

(Vertigem: Bom dia, Clarissa. Hoje o dia está lindo pra você tomar vergonha na sua cara e começar a virar mulher.)


sábado, 31 de agosto de 2013

Rasgue.




Rasgue as minhas cartas e
não me procure mais
assim será melhor, Meu Bem

E o retrato que eu te dei
se ainda tens, não sei
mas se tiver, devolva-me.

(deixe-me sozinho... porque assim, eu viverei em paz...)

Cochilo - Pedras Não Entendem Nada.

Cochilei e sonhei com uma conversa que não aconteceu, e com pessoas que eu não vejo mais, e de algumas eu sinto falta, e de outras gostaria de não me lembrar.

A conversa era entre uma pedra e um copo de água.
A pedra insistentemente queria penetrar no copo de água. Ela queria se molhar. Ela queria a água de qualquer maneira. E por ser pedra, não entendia muita coisa. Ela tentava a qualquer custo se molhar.
Até que em um momento ela quebrou o copo, e se molhou.
Acontece que o calor fez a água evaporar. A água continuou a ser água. Lá em cima com suas amiguinhas gotículas de chuva. E a pedra ficou sem entender por que constantemente se molhava, e secava, e se molhava, e secava... Porque mesmo com o copo quebrado, ainda assim chovia... Mas a chuva é sempre breve. (Mas pedras não entendem isso). A água antes de se derramar do copo quebrado, trincado pela força, tentou avisar que a pedra poderia tentar fazer o impossível: dar um jeito de pular pra dentro do copo, e assim, ficaria na água. O risco da pedra bater no fundo do copo e o quebrar ainda era enorme, mas a água estava tentando avisar que estaria ali pra amortecer a queda da pedra.

Conclusão:

1- nem sempre o caminho mais fácil é o mais duradouro
2- fazer o impossível só funciona entre dois corpos se os dois tentam com a mesma intensidade
3- a força bruta nada resolve sem deixar cacos para trás
4- não vale a pena se adaptar por quem não te quer com suas dificuldades
5- pedras não entendem nada.
Vertigem.

Lendo antigas cartas de amor alheias dos meus antigos amores.

Interessantemente eu passei despercebida para todos eles.

(Se em nenhum lugar ninguém nunca me escreveu com amor, eu deixo um bilhetinho pra Clarissa do Futuro):

''Meu amor,

A sua dor não foi em vão; todo passo lá atrás naquele caminho cheio de espinhos era necessário pra que hoje você fosse capaz de entender, de reconhecer o Amor quando o visse...

E não, você não foi inocente o tempo todo... mas foi nas horas em que era importante ser. Espero que te tenha sobrado um bocado de ternura nesse coração, porque ela te torna com sorrisos mais bonitos...

A cada beijo que te deram e a cada palavra de amor que se quebrou com uma atitude leviana, entenda: estavam te criando maior por dentro. Foi o tempo e o espaço que te deram pra estar consigo naqueles momentos, e crescer, mesmo que vagarosamente, com a solidão.

Leva as tuas cicatrizes. As de dentro, as de fora. (Se puder, escolha novas. daquelas bem bonitas que você costuma pintar na sua pele... São mais dolorosas às vezes que aquelas invisíveis. Mas teus lembretes sempre funcionaram, não?)

E sonha. E acredita mais em você sim. Porque EU acredito. Teus cabelos vão embranquecer... Tua pele vai ter muitos risquinhos e pintinhas, cada um representando uma vitória, um dia a mais vivido, um dia a mais guardado... mas você continuará a ser linda, de um jeito que talvez apenas eu consiga reconhecer. Respeite-se plenamente. Guarde-se; há algo e alguém que te entende, alguns passos adiante. No Futuro.

E o futuro vem. Vai ali fora só, pra você ver. Mas vá sempre preparada. Tem dia que chove, e tem dia que faz sol.

E mesmo que você duvide, saiba no seu coração (que só Deus e eu conhecemos): eu amo você, do jeito que você é, e somente eu e Ele estaremos contigo até o fim, até a última batida.

Um beijo daqueles ardentes que eu sei que você adora, com direito a ver estrelas e a sentir arrepios, junto com um abraço quentinho, daqueles que você sempre deseja quando se sente fraca, e mão na sua mão, daquele jeitinho que você sempre quis quando sua mão gela de medo (não tenha medo!),

Clarissa, do Futuro.''

Alguém sabe dizer o que é normal?

De como viver sem o Bom e sem o Mal, parte I:

(Ou 'Pequeno Tratado do 'Vai Se Fuder Todo Mundo, Eu Vou Sozinha Nessa Porra')

Nenhum sofrimento me comove.... (Eu ouvi promessas, e isso não me atrai.)

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Vai, Menina.
Ajusta as velas. Assume o timão você mesma.
Se o barco afundar, o que te resta é nadar.

Errar é humano, ignorar os indícios é se jogar na tormenta.

''Maybe sometimes,
We've got it wrong, but it's all right.
The more things seem to change,
the more they stay the same.
Oh, don't you hesitate?

Girl, put your records on,
tell me your favorite song.
You go ahead, let your hair down.
Sapphire and faded jeans,
I hope you get your dreams.
Just go ahead, let your hair down.
You're gonna find yourself some where,some how.

(Maybe sometimes,
we feel afraid, but it's alright.
The more you stay the same,
the more they seem to change.
Don't you think it's strange?)

Segundos de vertigem na lucidez

(não é poesia) (é catarse)

Meus episódios de sono cada vez mais inconstantes e dispersos merecem uma descrição que exista no além-da-minha-mente. Eu sonho com detalhes estranhos; eu sonho quase sempre que tô correndo, mas eu nunca consigo correr... eu me locomovo quase sempre dando saltos gigantescos... muito altos, mas que geralmente não andam muito pra frente. E o mais engraçado é ver como eu salto nesses sonhos: agachada, com as duas mãos à frente no chão, entre os joelhos, e o impulso pra subir parte mais das mãos que dos pés.

Não entendo o motivo, mas sempre, desde sempre, acordo com a disposição de um atleta partindo pra uma prova pra qual se preparou por anos. Eu acordo em clima de Olimpíadas todos os dias. E é de verdade.

Minhas vertigens... O dia vai andando, e eu vou deixando pra trás algumas vezes de beber aquela água nos 21 km; vou deixando de pegar aquele carbogel, vou deixando o glicogênio acabar e a fadiga muscular atinge não só meus músculos óbvios, mas vai também consumindo o coração e a mente.

Hoje eu acordei estranhamente preparada pra observar o que o dia quer me ensinar. E acordei saudosista também. A saudade pode ser usada tanto como aquela camisa apertada e estranha que te atrapalha numa prova (meu mundo do atletismo) como também aquele tênis amaciado que te acompanha te conhecendo, e te ajuda a dar passos mais certos pra frente. A decisão de como usar é de quem usa.

Pra fechar esta nota lúcida, acordei cantando Pitty.

''Eu sou uma contradição
 (e foge da minha mão fazer com que tudo que eu digo faça algum sentido)...''

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

( E eu não posso te cantar isso sem antes cantar em voz alta dentro de mim...)

''...Suddenly the sky is falling
Could it be it's too late for me?
If I never said "I'm sorry"
Then I'm wrong, yes I'm wrong
Then I hear my spirit calling...''

http://www.youtube.com/watch?v=dBWRCihnWFU

Vertigens da Tarde Quente - Não Sei.



Não há bandeira branca, paz, alento, olhar, carinho,
Cheiro conhecido ou abraço a procurar.
Não existe.

Não há sombra nem água nem nada que alimente
nem aos seus ouvidos nem à sua fome nem aos seus medos.
Não existe.

Não há consolo para a sua dor
porque a sua dor não dói, não há mais o que doer.
(Você) não existe.

Embriaga, afoga, esconde e finge que não está lá
Engana, disfarça, modifica e interpreta que sim,
(Mas você...) não existe.

Quem é você? Quem é que pergunta? As sombras nossas também não nos acompanham sempre.
Quem se domina mais, tem poder. Mas e daí? Do que vale o poder?
(Mas você ainda não sabe que você...) não existe.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Um dia você canta, pra que em outro alguém te cante (?)

Se você tem a quem cantar, cante. Nunca se sabe o quanto alguém pode estar precisando ouvir a sua voz.

http://www.youtube.com/watch?v=NZx_ctw03cU

Atualizações vertiginosas em agosto

Enganoso é o coração.

Se cansa de tanto apanhar e continua se lançando em mares arredios,
em mãos ásperas que não sabem segurar e espremem, amassam,
em caixas dentro de gavetas empoeiradas de lembranças vagas de alguém,
em batidas enevoadas de fumaça,
em ritmos dispersos e confusos, irregulares.

Se cansa tanto de bater
e acorda batendo todo dia,
acorda todo dia repetindo o mesmo erro
descompassado e descompassando,
se diz 'terra que não se pisa',
mas se pisa por si próprio.

Enganoso é o coração.