sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Segundos de vertigem na lucidez

(não é poesia) (é catarse)

Meus episódios de sono cada vez mais inconstantes e dispersos merecem uma descrição que exista no além-da-minha-mente. Eu sonho com detalhes estranhos; eu sonho quase sempre que tô correndo, mas eu nunca consigo correr... eu me locomovo quase sempre dando saltos gigantescos... muito altos, mas que geralmente não andam muito pra frente. E o mais engraçado é ver como eu salto nesses sonhos: agachada, com as duas mãos à frente no chão, entre os joelhos, e o impulso pra subir parte mais das mãos que dos pés.

Não entendo o motivo, mas sempre, desde sempre, acordo com a disposição de um atleta partindo pra uma prova pra qual se preparou por anos. Eu acordo em clima de Olimpíadas todos os dias. E é de verdade.

Minhas vertigens... O dia vai andando, e eu vou deixando pra trás algumas vezes de beber aquela água nos 21 km; vou deixando de pegar aquele carbogel, vou deixando o glicogênio acabar e a fadiga muscular atinge não só meus músculos óbvios, mas vai também consumindo o coração e a mente.

Hoje eu acordei estranhamente preparada pra observar o que o dia quer me ensinar. E acordei saudosista também. A saudade pode ser usada tanto como aquela camisa apertada e estranha que te atrapalha numa prova (meu mundo do atletismo) como também aquele tênis amaciado que te acompanha te conhecendo, e te ajuda a dar passos mais certos pra frente. A decisão de como usar é de quem usa.

Pra fechar esta nota lúcida, acordei cantando Pitty.

''Eu sou uma contradição
 (e foge da minha mão fazer com que tudo que eu digo faça algum sentido)...''

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