sábado, 31 de agosto de 2013

Vertigem.

Lendo antigas cartas de amor alheias dos meus antigos amores.

Interessantemente eu passei despercebida para todos eles.

(Se em nenhum lugar ninguém nunca me escreveu com amor, eu deixo um bilhetinho pra Clarissa do Futuro):

''Meu amor,

A sua dor não foi em vão; todo passo lá atrás naquele caminho cheio de espinhos era necessário pra que hoje você fosse capaz de entender, de reconhecer o Amor quando o visse...

E não, você não foi inocente o tempo todo... mas foi nas horas em que era importante ser. Espero que te tenha sobrado um bocado de ternura nesse coração, porque ela te torna com sorrisos mais bonitos...

A cada beijo que te deram e a cada palavra de amor que se quebrou com uma atitude leviana, entenda: estavam te criando maior por dentro. Foi o tempo e o espaço que te deram pra estar consigo naqueles momentos, e crescer, mesmo que vagarosamente, com a solidão.

Leva as tuas cicatrizes. As de dentro, as de fora. (Se puder, escolha novas. daquelas bem bonitas que você costuma pintar na sua pele... São mais dolorosas às vezes que aquelas invisíveis. Mas teus lembretes sempre funcionaram, não?)

E sonha. E acredita mais em você sim. Porque EU acredito. Teus cabelos vão embranquecer... Tua pele vai ter muitos risquinhos e pintinhas, cada um representando uma vitória, um dia a mais vivido, um dia a mais guardado... mas você continuará a ser linda, de um jeito que talvez apenas eu consiga reconhecer. Respeite-se plenamente. Guarde-se; há algo e alguém que te entende, alguns passos adiante. No Futuro.

E o futuro vem. Vai ali fora só, pra você ver. Mas vá sempre preparada. Tem dia que chove, e tem dia que faz sol.

E mesmo que você duvide, saiba no seu coração (que só Deus e eu conhecemos): eu amo você, do jeito que você é, e somente eu e Ele estaremos contigo até o fim, até a última batida.

Um beijo daqueles ardentes que eu sei que você adora, com direito a ver estrelas e a sentir arrepios, junto com um abraço quentinho, daqueles que você sempre deseja quando se sente fraca, e mão na sua mão, daquele jeitinho que você sempre quis quando sua mão gela de medo (não tenha medo!),

Clarissa, do Futuro.''

Alguém sabe dizer o que é normal?

Nenhum comentário:

Postar um comentário